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SEO Técnico

SEO Técnico: o SEO que o jornalista não conhece

Todo jornalista já ouviu o alerta. “Nada de palavras mirabolantes.” Não basta escrever, é preciso ser lido. Não é suficiente contar a história, é preciso ser encontrado... Com 3,2 bilhões de visitas mensais, segundo levantamento da Sem Rush, Google é o lugar para ser encontrado. É o segundo site mais acessado do Brasil — o primeiro é o YouTube — e também uma plataforma de distribuição de conteúdo para a qual é possível construir estratégias com alguma clareza. É o tal do SEO, Search Engine Optimization. Logo a gente explica o que significa esse termo.

Palavra-chave no título, palavra-chave no primeiro parágrafo, links para outros conteúdos do site e links para sites externos. Essas são algumas das regras que vêm à mente dos mais entendidos. A jornalista Luiza Baptista, editora de estratégia digital no O Globo e Extra, traduz SEO como: “Otimizar para rankear no Google”. E continua: “existem duas frentes principais, conteúdo, que é o que fica com a redação, e a estrutura técnica, necessária para que o site atenda ao que o Google espera”. Aos jornalistas, geralmente cabe entender como aplicar as regras na hora da escrita e da publicação dos textos.

Mas não só de conteúdo é feito o SEO. Como Luiza mostra, além das palavras-chaves (termos usados pelo usuário para pesquisar no buscador) e links inseridos no texto, a estrutura técnica do site também importa. Essa é em geral — ou deveria ser — uma responsabilidade da área de Tecnologia, que “não está na redação” e não cabe ao jornalista, diz Luisa. A área responsável pelo chamado SEO Técnico, que diz respeito à programação das páginas, acompanha os updates de algoritmo lançados pelo Google. “O Google vai, ao longo dos anos, fazendo updates para tornar a experiência do usuário melhor”, diz Luiza. “A visão do buscador é: ‘vou fazer com que o site tenha uma melhor tecnologia por meio desses updates'', complementa.

As atualizações trazem indicações de como o código da página deve ser construído para que ela tenha um bom funcionamento. Esse é um dos fatores que faz com que o site seja exibido com destaque nos resultados de busca — ou seja, tenha um bom ranqueamento. Aqui cabe uma observação: se pensarmos nos resultados de busca do Google como um ranking, o resultado mais ao topo ocupa a 1° posição, seguido pela 2° posição, 3° posição, e assim por diante…

Quando dizemos que um site tem bom ranqueamento no Google, isso significa que ele aparece no topo dos resultados de busca. Aí, tem mais chances de ser clicado pelo usuário, e é esse o objetivo de qualquer site, afinal de contas.

 

Luiza cita como exemplo o último grande update realizado pelo Google, que passou a levar em consideração em seu algoritmo de ranqueamento três indicadores, chamados de Core Web Vitals. Eles são responsáveis por medir o tempo de carregamento da página, em quanto tempo o usuário interage com o site e a estabilidade do conteúdo enquanto essas atividades acontecem. Por isso, a atualização trouxe a necessidade de “tornar a página mais veloz e a interação do usuário com a tela, melhor”, conta Luiza. 

Como descrito pela editora de estratégia digital, o acompanhamento dessas atualizações fica, em geral, com a área de tecnologia. Mas nem sempre é assim. A própria Luiza, jornalista, acompanha também os updates do Google. Ela descreve o conhecimento necessário para desempenhar a função: “é necessário entender como funciona a tecnologia relacionada, apesar de não meter a mão na massa”. Ela exemplifica dizendo que não é ela a responsável por mexer no código das páginas e usa dois termos da linguagem de programação HTML — usada para programar sites de conteúdo — para isso. São eles: H1 e H2. 

H1 e H2 são recursos usados para destacar títulos e subtítulos de uma página e indicar a ordem de relevância de cada conteúdo. “Não sou eu quem vai dizer para a tecnologia: ‘isso aqui que estava H2 tem que ir para H1’. Esse conhecimento não posso executar. Mas é preciso entender o funcionamento”, diz Luiza. É esse tipo de saber mais técnico que não precisa ser dominado na prática pelo jornalista, mas vale a pena ser entendido por quem quer saber mais sobre o SEO técnico.

Além do Core Web Vitals, outras atualizações de algoritmo são lançadas pelo Google com frequência. Elas podem ser acompanhadas no site do buscador, o Think with Google ou em outros sites especializados, como o Advanced Web Ranking. Outro exemplo de atualizações importantes, são os Core Updates, atualizações recorrentes no algoritmo que, logo após iniciadas, geram um período de oscilação na distribuição de conteúdo chamado de rollout. As atualizações têm influência na audiência do site, e seu monitoramento é crucial para manter os produtores de conteúdo atualizados sobre as políticas de boas práticas do Google. Algumas das mais recentes são as seguintes:

Jun/21
Page Experience Update (CWV) 

 

Jun/21

Novo Carrossel

 

Set/21

Page Experience Update (CWV)

 

Nov/21

Local Search Update

(CWV)

 

Fev/22

Page Experience Update (CWV)

 

Mar/22

Page Experience Update

(CWV)

 

Mai/22 

Core Update

 

Jun/22 

Core Update

Início: O Google passa a levar em consideração indicativos de boa experiência de página no ranqueamento. Entre eles: os Core Web Vitals, a usabilidade mobile, questões de segurança, o uso de HTTPS e a experiência com Ads. O período de rollout — em que há oscilação nos acessos a sites — tem previsão de encerramento em set/21.

 

Início: Início do novo carrossel de conteúdos na página de resultados do Google.

 

Rollout: Fim do período de rollout — em que há oscilação nos acessos a sites — do update iniciado em jun/21.

 

Google passa a dar preferência na distribuição de conteúdos locais. A distribuição de grandes veículos é impactada.

 

 

 

Início (Desktop): Google facilita a análise da performance de páginas desktop por donos de sites. Período de rollout tem previsão de encerramento em mar/22.

 

 

 

Rollout (Desktop): Fim do período de rollout do update iniciado em fev/22.

 

Início: Update central no algoritmo Google. Período de rollout tem previsão de encerramento em duas semanas.

 

Rollout: Fim do período de rollout do update iniciado em mai/22. Impacto sobretudo na audiência de sites com conteúdo gerado por inteligência artificial.



Fonte: Advanced Web Ranking

Segundo Luiza, a grande vantagem para o jornalista que tem conhecimentos sobre SEO é saber distribuir o próprio conteúdo. “Existe muito preconceito com SEO, muita gente falando que é escrever para robô”, diz a jornalista, em referência ao algoritmo de ranqueamento do buscador que rastreia os sites e, muitas vezes, é chamado de robô do Google. “Pois é, é você ser lido. Então, se o jornalista quer ser lido, é importante que ele saiba chegar no leitor”, afirma. Seguindo a lógica, o SEO técnico é um complemento a mais no entendimento dessa distribuição.

É aquela história, “nada de palavras mirabolantes”. Mas como toda regra tem sua exceção, aqui vão três: Search Engine Optimization. Três palavras mirabolantes que não devem ser esquecidas pelo jornalista. É o tal do SEO. Técnico e de Conteúdo.

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